A Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal concedeu ordem
determinando que J.E.R., condenado a três anos e seis meses, em regime
semiaberto, cumpra a pena em regime menos gravoso devido à falta de vaga em
estabelecimento prisional. O ministro Gilmar Mendes, relator do Habeas Corpus
(HC) 110892, votou pela concessão do pedido, para que o acusado cumpra a pena em
regime mais benéfico até a existência de vaga no regime fixado na sentença. Ao manifestar seu voto, o ministro Gilmar Mendes observou que a situação é
corriqueira no sistema prisional brasileiro, e que na própria jurisprudência do
STF encontram-se posicionamentos divergentes sobre se, nesses casos, a pena deve
ser cumprida em regime mais gravoso ou mais brando. “Tenho para mim que o réu
não pode arcar com a ineficiência do Estado, que, por falta de aparelhamento,
imputa-lhe regime menos gravoso do que o fixado na sentença”, afirmou. Diante do
“patente constrangimento ilegal”, seu voto, seguido pelos demais ministros da
Turma, foi no sentido de superar a Súmula 691 do STF.
Súmula vinculante
Durante o julgamento, o presidente da Segunda Turma e vice-presidente do STF,
ministro Ayres Britto, informou que a Defensoria Pública da União formulou
proposta para que a Corte edite uma súmula vinculante sobre a situação, que
impõe administrativamente um regime penitenciário mais gravoso do que o fixado
na sentença condenatória na ausência de vagas. A matéria teve repercussão geral
reconhecida no Recurso Extraordinário (RE) 641320, também da relatoria do
ministro Gilmar Mendes.
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