Um lugar para repensar as Ciências Criminais a partir de um paradigma materialmente democrático e consciente das limitações funcionais de um sistema punitivo atroz.
segunda-feira, 2 de maio de 2011
Paradoxo...
Osama Bin Laden está morto. Agora, resta matar o Direito Penal do Inimigo, o imperialismo punitivista e a transnacionalização do controle social.
Os atos terroristas são praticados quando o diálogo acaba, quando não se tem mais argumentos para enfrentar o opositor. Em suma, a violência terrorista tem por objetivo eliminar o interlocutor, que não pode ser vencido. O terrorismo como ação política implica o reconhecimento do fracasso na luta discursiva (campo do exercício de poder) e a tentativa de aniquilar aquele que se nega a dialogar. Osama praticou atos terroristas na medida em que percebeu que seu interlocutor decidiu ignorá-lo. Evidentemente, esta prática não o torna mais poderoso e o iguala ao seu opositor. A intolerância e a violência só aprofundam ainda mais a distância entre esses dois mundos tão diferentes e que convivem na contemporaneidade. Não há porque chorar a morte de Osama, mas lamentar que o diálogo fique cada vez mais difícil. A intolerância apenas aumentou com esse episódio, cuja supervalorização pode ter conseqüências ainda piores. Em breve, Osama se consolidará como um mártir, que inspirará novos atos violentos, e os americanos ficarão ainda mais paranóicos e resistentes ao reconhecimento da diferença. Tudo continuará exatamente como querem aqueles que exercem poder na atual sociedade capitalista: aumento do mercado de armas, de aparatos de segurança, de sistemas de vigilância, etc... Ao invés de nos comovermos com as torres gêmeas, com o atentado no metrô espanhol e com a morte de terroristas, que tal se nos abríssemos ao diálogo, fossemos capazes de reconhecer as diferenças nas nossas relações diárias, talvez evitássemos o nascimento de Osamas e Obamas... já seria um ótimo começo.
Os atos terroristas são praticados quando o diálogo acaba, quando não se tem mais argumentos para enfrentar o opositor. Em suma, a violência terrorista tem por objetivo eliminar o interlocutor, que não pode ser vencido. O terrorismo como ação política implica o reconhecimento do fracasso na luta discursiva (campo do exercício de poder) e a tentativa de aniquilar aquele que se nega a dialogar. Osama praticou atos terroristas na medida em que percebeu que seu interlocutor decidiu ignorá-lo. Evidentemente, esta prática não o torna mais poderoso e o iguala ao seu opositor. A intolerância e a violência só aprofundam ainda mais a distância entre esses dois mundos tão diferentes e que convivem na contemporaneidade. Não há porque chorar a morte de Osama, mas lamentar que o diálogo fique cada vez mais difícil. A intolerância apenas aumentou com esse episódio, cuja supervalorização pode ter conseqüências ainda piores. Em breve, Osama se consolidará como um mártir, que inspirará novos atos violentos, e os americanos ficarão ainda mais paranóicos e resistentes ao reconhecimento da diferença. Tudo continuará exatamente como querem aqueles que exercem poder na atual sociedade capitalista: aumento do mercado de armas, de aparatos de segurança, de sistemas de vigilância, etc... Ao invés de nos comovermos com as torres gêmeas, com o atentado no metrô espanhol e com a morte de terroristas, que tal se nos abríssemos ao diálogo, fossemos capazes de reconhecer as diferenças nas nossas relações diárias, talvez evitássemos o nascimento de Osamas e Obamas... já seria um ótimo começo.
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